Oi gente, tudo bem?
Você que acessa esse blog já deve saber que essa que vos escreve é apaixonada por beleza, adora moda e uma das coisas que mais fazem meus olhos brilharem é um par de sapatos com saltos altíssimos. Também sabe que há algum tempo resolvi fazer cursos e me especializar também como maquiadora, uma área que eu adoro e que pessoas próximas a mim sempre insistiram que eu ingressasse (eu já queria, mas sabe quando falta aquele empurrãozinho?). Acho também que você sabe que eu sou web designer formada, tanto que disponibilizo diversos conteúdos gratuitos pra quem tem blog, assim como tutoriais ensinando coisas que eu sei. É sobre isso que eu quero falar.
Você que acessa esse blog já deve saber que essa que vos escreve é apaixonada por beleza, adora moda e uma das coisas que mais fazem meus olhos brilharem é um par de sapatos com saltos altíssimos. Também sabe que há algum tempo resolvi fazer cursos e me especializar também como maquiadora, uma área que eu adoro e que pessoas próximas a mim sempre insistiram que eu ingressasse (eu já queria, mas sabe quando falta aquele empurrãozinho?). Acho também que você sabe que eu sou web designer formada, tanto que disponibilizo diversos conteúdos gratuitos pra quem tem blog, assim como tutoriais ensinando coisas que eu sei. É sobre isso que eu quero falar.
Em 2005 eu tive um blog, o falecido lovelly-mary.weblogger, e queria deixá-lo lindo, perfeito e com a minha cara. Eu acessava diversos sites que disponibilizavam templates gratuitos para baixar, mas nenhum era do jeito que eu queria. Templates By Marina, Evelyn's Place...nada me agradava. Foi a partir disso que eu resolvi procurar a raiz do negócio: como eu faço um template? Fui atrás de tutorial, que na época só encontrei em inglês e ficava traduzindo aos poucos, cacei de tudo até aprender e entender. Descobri que era tudo programação, e eu fiquei fascinada.
Também aprendi - com a ajuda de tutoriais e de uma amiga querida - a usar o Photoshop 6 para fazer as artes do template, artes do posts e até mesmo os gifs. E aquilo foi minha rotina durante as férias de Julho inteira. Aprendendo HTML, aprendendo a cortar imagens, tratar todas elas, deixar a foto em preto e branco (eu me senti incrível quando fiz isso)... queria muito encontrar o primeiro template que fiz, e eu vou caçar, mas me lembro que era um fundo preto, uma foto da Gwen Stefani e escrito "Lovelly Mary" com uma fonte rosa com bevel and emboss. E ainda tocava música!!!!! Coloquei, pra desespero geral da nação, Cool, também da Gwen pra tocar enquanto o visitante navegava pelo blog.
Também aprendi - com a ajuda de tutoriais e de uma amiga querida - a usar o Photoshop 6 para fazer as artes do template, artes do posts e até mesmo os gifs. E aquilo foi minha rotina durante as férias de Julho inteira. Aprendendo HTML, aprendendo a cortar imagens, tratar todas elas, deixar a foto em preto e branco (eu me senti incrível quando fiz isso)... queria muito encontrar o primeiro template que fiz, e eu vou caçar, mas me lembro que era um fundo preto, uma foto da Gwen Stefani e escrito "Lovelly Mary" com uma fonte rosa com bevel and emboss. E ainda tocava música!!!!! Coloquei, pra desespero geral da nação, Cool, também da Gwen pra tocar enquanto o visitante navegava pelo blog.
Eu decidi aprender a programar porque queria saber fazer minhas próprias coisas, não queria depender de site com templates genéricos e sempre precisar de ajuda pra cortar uma imagem e escrever algo em cima. E foi a partir disso que eu decidi que queria seguir esse caminho.
No ano seguinte, eu entrei para o colegial, e na minha escola era possível escolher entre o Ensino Médio Regular ou o Técnico em Informática. Claro que eu escolhi o segundo. Aprendi a formatar computador, a desenvolver programas do zero, aprendi ainda mais sobre códigos, fiz sites em flash e ainda conseguia crimpar cabos de rede.
Graças ao colegial técnico, também consegui meu primeiro estágio. Era na faculdade da escola, e eu era monitora de laboratório de informática. Eu prestava suporte aos professores, alunos, fazia manutenção de todos os computadores do meu laboratório e também instalava equipamentos de datashow.
Todos os estagiários eram do colégio, ou seja, todo mundo ali se conhecia. Quando entrei, eram sete monitores: cinco meninos e duas meninas (eu e minha melhor amiga). Por todo mundo se conhecer, a gente se protegia, e isso me deixava mais tranquila. Minha amiga deu a sorte de trabalhar no laboratório das crianças, e eu fiquei com o laboratório de aulas de engenharia elétrica. Esse curso tinha uns 40 alunos, e só uma mulher.
Eu tinha 16 anos e tinha que ficar ouvindo que eu era "muito bonitinha pra mexer com informática", dentre outras coisas tão nojentas que eu me recuso a lembrar aqui. Uma vez eu me cansei, e resolvi ir falar com o meu supervisor - um cara de uns 20 e poucos anos que jurava que resolvia qualquer problema que aparecesse.
Falei pra ele o tanto que quera chato eu estar ali tentando apenas fazer o meu trabalho e ter que ouvir de marmanjo aquele bando de coisa escrota. Ao invés de me ajudar, ouvi um "mas também né, você vem maquiada, cabelo arrumado...claro que vão falar, vão dar em cima". Ali eu percebi que eu tinha que ou resolver tudo sozinha ou pedir ajuda pra outras pessoas.
Eu tinha 16 anos e tinha que ficar ouvindo que eu era "muito bonitinha pra mexer com informática", dentre outras coisas tão nojentas que eu me recuso a lembrar aqui. Uma vez eu me cansei, e resolvi ir falar com o meu supervisor - um cara de uns 20 e poucos anos que jurava que resolvia qualquer problema que aparecesse.
Falei pra ele o tanto que quera chato eu estar ali tentando apenas fazer o meu trabalho e ter que ouvir de marmanjo aquele bando de coisa escrota. Ao invés de me ajudar, ouvi um "mas também né, você vem maquiada, cabelo arrumado...claro que vão falar, vão dar em cima". Ali eu percebi que eu tinha que ou resolver tudo sozinha ou pedir ajuda pra outras pessoas.
Avisei um dos seguranças que ficava pelos corredores, e ele na hora disse que era pra chamá-lo, que ia resolver. Avisei também meus colegas de trabalho - a maioria era da minha sala do colegial - e eles também falaram que me ajudariam.
Sim, eu poderia bancar a Mulher-Maravilha e resolver tudo sozinha. Mas eu saía do trabalho às 23h, morava super perto dali e não queria esse tipo de problema pra mim, entende?
Teve um dia onde não teria aula no meu laboratório, e ele tava aberto pra quem quisesse usar. Um aluno chegou, sentou e pouco depois me chamou porque tinha algum problema ou sei lá. Quando eu cheguei, ele começou a falar coisas asquerosas, e quando vi que a mão dele vinha na minha direção, saí correndo e gritei pro segurança. Ele veio e pediu educadamente que o aluno se retirasse. O aluno ainda teve a maior cara de pau do mundo em dizer que eu que fui até ele, que eu que comecei com conversinha. O segurança pegou ele pelo braço e ainda deu uma ameaçada. Ele nunca mais pisou no meu laboratório, mas toda vez que eu cruzava com ele pelos corredores, eu sentia um medo imenso dele sei lá, me bater. Eu só me sentia segura quando tinha mais alguém comigo, e isso era triste.
Teve um dia onde não teria aula no meu laboratório, e ele tava aberto pra quem quisesse usar. Um aluno chegou, sentou e pouco depois me chamou porque tinha algum problema ou sei lá. Quando eu cheguei, ele começou a falar coisas asquerosas, e quando vi que a mão dele vinha na minha direção, saí correndo e gritei pro segurança. Ele veio e pediu educadamente que o aluno se retirasse. O aluno ainda teve a maior cara de pau do mundo em dizer que eu que fui até ele, que eu que comecei com conversinha. O segurança pegou ele pelo braço e ainda deu uma ameaçada. Ele nunca mais pisou no meu laboratório, mas toda vez que eu cruzava com ele pelos corredores, eu sentia um medo imenso dele sei lá, me bater. Eu só me sentia segura quando tinha mais alguém comigo, e isso era triste.
Um tempo depois, mais meninas foram contratadas, e elas passavam pelos mesmos problemas. A gente se ajudava, tentava, mas era complicado. Só entrava na cabeça desses caras que a gente não queria nada com ninguém ali quando algum amigo nosso falava, ameaçava. Era como se a gente falasse em sânscrito e os meninos sim em português.
Pra não me prolongar ainda mais nesse texto: eu achava que quando fosse pro mercado de trabalho realzão, não teria esse tipo de problema. Mas ele persegue. Já ouvi que era "delicadinha demais pra trabalhar com programação" , o clássico "mas é tão feminina, nem parece que trabalha com isso" e também já ouvi de um chefe que eu tava na equipe pra "enfeitar" já que a maioria ali era de homens. A última foi uma vaga que eu não consegui porque os outros funcionários não se sentiriam confortáveis trabalhando com uma mulher. A empresa tinha uns 10 funcionários e a única mulher era do RH.
O que eu quis dizer com todo esse textão? É muito difícil ser mulher. Ser mulher e trabalhar numa área onde 90% dos profissionais são homens (dados reais), é mais difícil ainda. Ouvir que pra se destacar nessa área você precisa se "emperiquetar menos", é patético. É como se ser vaidosa anulasse o fato de saber fazer muito bem o seu trabalho. É ridículo.
O que eu quis dizer com todo esse textão? É muito difícil ser mulher. Ser mulher e trabalhar numa área onde 90% dos profissionais são homens (dados reais), é mais difícil ainda. Ouvir que pra se destacar nessa área você precisa se "emperiquetar menos", é patético. É como se ser vaidosa anulasse o fato de saber fazer muito bem o seu trabalho. É ridículo.
Quando fiz meu portfólio, inclusive, pensei umas mil vezes sobre as cores dele. A maioria dos portfólios utilizam preto, branco e amarelo. Mas eu quero me destacar, colocar o meu estilo, me diferenciar, sabe? Então botei sim o rosa millenial que eu adoro. Ficou delicado, ficou lindinho. E é assim o meu trabalho: delicado, lindinho e eficiente. Me contrata e você saberá.
Todo dia é nosso dia ❤✌